Existem lugares que ocupam um espaço especial no nosso coração e na nossa memória mais do que todos os outros, por esses lugares especiais, nutrimos sentimentos, vínculos, memórias e vivências. É quando um ambiente deixa de ser só um espaço e se torna um lugar.
Topofilia é o elo afetivo entre o indivíduo e determinado lugar. Prolixo como o conceito, o olhar das pessoas sobre o ambiente físico traduz suas experiências, podendo assim assumir muitas formas, variando em sentido e intensidade. A estima pode variar desde a apreciação turística de um ponto da cidade, do contato com o meio ambiente cada vez mais raro nas grandes cidades, do sentimento de patriotismo até o laço emocional com o próprio lar que, para muitos de nós, se estreitou com a pandemia.
Contudo, o espaço físico em si, pode não ser a causa direta da topofilia, mas apenas o estímulo sensorial que age como uma memória física de algo que vivemos. Se gostamos ou preferimos um determinado local, é porque ele nos resgata algum momento especial. Esse lugar tem sentido porque traduz o que você sente.
Fotos: Washington Takeuchi
Nossas memórias nos ajudam a compreender a história de nós mesmos, significando o que vivemos no presente. Essas significações, quando atribuídas ao lugar, corroboram com a percepção que cada um de nós tem acerca do ambiente físico, dessa forma conseguimos sentir o lugar. E por sentir o lugar, falamos também de experiências muitas vezes sutis e sensoriais: um combinado de sons, cheiros, imagens e outras percepções tanto físicas quanto emocionais que atribuem valor tão único e pessoal a espaços, muitas vezes, tão públicos como a cidade.
E para você, qual lugar de Curitiba é especial?
Referências:
TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente.
São Paulo: Difel, 1980.
BARBOSA, Letícia Maria. TOPOFILIA, MEMÓRIA E IDENTIDADE NA VILA DO IAPI EM PORTO ALEGRE. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFRGS, 2008