UM COLOSSO E UM CALAFRIO
“Um desfiladeiro sombrio, um muramento de concreto, janelas à espreita miram o precipício, longínquos motores circulam emitindo ruídos, corpos expectantes aguardam o ecoar.”
O ASA marca a paisagem como um dos gigantes da região central, recebendo diariamente em seus corredores cerca de quatro mil pessoas. É considerado um dos primeiros edifícios de uso misto da cidade.
Conhecido como Conjunto ASA, o empreendimento leva o nome das siglas da própria construtora, a Aranha S.A., que iniciou as obras no ano de 1950 com conclusão somente sete anos mais tarde. No entanto, em 1954 já recebeu as suas primeiras ocupações.
O edifício foi construído em uma ponta de quadra logo à frente da Praça Osório, entre as ruas Cândido Lopes e Carlos de Carvalho com a sua frente maior voltada para a estreita Voluntários da Pátria, trecho muito disputado pelas vagas de estacionamento rotativo, o que muitas vezes gera um buzinaço por conta do engarrafamento da via.
O conjunto possui três acessos, cada um por uma rua diferente, os quais interligam-se formando uma galeria comercial em forma de “T”, disposta com cafés e lojas diversificadas; ganha destaque um teto abobadado ilustrado por um céu de nuvens com iluminação embutida em sancas. Os pórticos são revestidos em placas de granito com letreiros trabalhados em dourado reforçando o símbolo do edifício.
O conjunto tem um número de 286 salas, com uma infinidade de serviços. Já figuraram cassinos, emissoras de TV, diversos sindicatos e consultórios. Na parte externa, a fiel Copiadora Gabardo persiste no local há mais de cinquenta anos.
O prédio com altura de vinte e dois pavimentos teve sua construção a partir do concreto armado com as vedações em alvenaria e esquadrias de alumínio. As fachadas laterais contam com janelas igualmente distribuídas, já as da fachada principal formam linhas que se repetem até o último andar.
Apesar de uma aparência modernista, com a imposição de pilares em linha e janelas em fita, o seu interior é carregado de elementos do estilo art déco, como os encontrados em padrões geométricos nas paredes e pisos, além dos ornamentos em ferro presentes nas escadarias.
O Conjunto ASA é carregado de histórias. Algumas delas ecoam como lendas, como a história da noiva que abandonada no altar se atira do prédio, avermelhando o seu vestido em sangue, e que vez ou outra ressurge pelos corredores. Infelizmente, os índices de suicídios no local
são reais.
Ficha Técnica
- Nome: Edifício ASA
- Ano de construção: 1950~1957
- Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 475 Coordenadas 25°25’54.5″S 49°16’33.5″W
- Arquiteto: n/i
- Tipologia: Uso misto residencial e comercial
- Andares: 22 pavimentos
- Unidades por andar: 2 conjuntos na parte residencial, na comercial não se sabe quantos por andar, mas a totalidade é de 413 unidades
- Metragem: 14.300m²
- Acessos: 3 acessos, Praça Osório, Voluntários da Pátria e Al. Dr. Carlos de Carvalho.
- Estrutura: Concreto armado com vedações em alvenaria e esquadrias de alumínio
- Esquadrias: Alumínio
- Detalhes: O logotipo em ferro nos 3 acessos, a galeria residencial com um teto abobadado e pintado como um céu, o uso de uma faixa para estacionamento do lado externo diminuindo o fluxo da via com a maior fachada
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[…] Cândido Lopes, com vista para os edifícios Anita e Asa (este em construção). Década de […]