O BALANÇA MAIS NÃO CAI
“A passos rápidos, a calçada estreita, obstáculos estorvam o passadiço, corpos estáticos se empoderam, ombros se relam, pedras se soltam, ao fim do percurso o olhar erguido recai em vertigem.”
A implantação desse prédio foi um dos pivôs do enfraquecimento do Plano Agache, que previa o desenvolvimento urbanístico da cidade. Segundo relatos do arquiteto Lolô Cornelsen, a não construção desse edifício possibilitaria o alargamento da rua em generosos oitenta metros, tal medida em confluência com a Rua Carlos de Carvalho abriria palco para uma Times Square curitibana, uma saída pensada para o escoamento do tráfego de veículos num futuro não muito distante.
O prédio foi inaugurado no ano de 1944, época em que ainda predominavam as edificações de baixo gabarito. A construção foi um dos primeiros edifícios a se consolidar na área central, antes mesmo da Biblioteca Estadual, que só viria a se instalar na região dez anos depois.
Na esquina das ruas Cândido Lopes e Ébano Pereira, o edifício se põe em área movimentada em meio a um fluxo contínuo de carros, motos e ônibus que contornam o centro. Dessa forma, a rua se abre para os veículos e se estreita para os pedestres, tornando o lugar relativamente propício à acidentes. Algumas medidas como instalação de radares, regulamentação da velocidade e faixas de sinalização tentam humanizar o entorno.
A região possui o comércio principalmente voltado para lojas de vestuário e lanchonetes; um dos pontos mais visitados é o Pizza Itália, estabelecido no prédio desde 1968, tradicionalmente conhecido pela fatia rechonchuda de mussarela e pela vitamina mista feita à base de leite, mamão, morango, abacate e sorvete de creme. Outro ponto bastante movimentado é a Pastelaria Brasileira, onde o pedido que tem mais saída é o Pastel Super, que vai de tudo um pouco acompanhado de um molho de pimenta caseiro.
O edifício foi uma obra da Construtora Gutierrez, Paula & Munhoz. É considerado de uma arquitetura ímpar, com volumetria em formato de cunha, amplas esquadrias, nove pavimentos estruturados em concreto armado, servindo tipologias de uso misto, com acessos distintos para a parte residencial e comercial.
O ponto alto do prédio está presente na estética da fachada, um conjunto de esquadrias de ferro levemente inclinadas, emolduradas por ressaltos volumétricos azulados, as quais transmitem a sensação de estarem prestes a cair, motivo pelo qual recebeu o apelido peculiar de “balança, mas não cai”.
Ficha Técnica
- Nome: Edifício Brasilino de Moura
- Ano de construção: 1944
- Endereço: Rua Cândido Lopes 205, Centro Coordenadas 25°25’52.0″S 49°16’27.4″W
- Arquiteto: N/I
- Tipologia: Edifício de uso misto comercial e residencial
- Andares: 9 pavimentos
- Unidades por andar: 12(sem confirmação)
- Acessos: 2
- Estrutura: Concreto armado
- Esquadrias: Ferro
- Detalhes: N/I