Em 1889, o Imigrante italiano Ângelo Tassi, comprou de um Padre, um terreno de esquina que se localizava em frente ao prédio da Estação Ferroviária e da futura praça Eufrásio Correia.
Ali ele construiu sua residência, e na primeiro parcela do terreno, abriu uma venda que passou a ser muito frequentada por passageiros e carroceiros que cruzavam a região. Desta forma, a família Tassi passou a fornecer a seus clientes, comida e pouso.
Não demorou muito e logo o negócio da família, precisou ser adaptado devido a demanda, dando a eles a ideia da construção de um hotel.
Em 1990 é inaugurado o então “Hotel Estrada de Ferro’’, que após algumas reformas e ampliações, passou a se chamar finalmente, “Hotel Tassi”.
Fotografia do livro “Hotel Tassi – o Antigo Hotel da Estação”, escrito por Elisabete Tassi Teixeira
Com o enfraquecimento do movimento da estação ferroviária, o hotel enfrentou grandes dificuldades e baixa demanda, decorrente a isto, teve de ser alugado em 1942, tendo inclusive seu nome alterado para “Hotel continental”, e passando a ser vendido oficialmente em 1960.
No ano de 1972, a Estação Ferroviária foi totalmente desativada, devido a substituição do transporte ferroviário pelo rodoviário. Em seguida a este acontecimento, a região frente à estação, passou a viver um momento complicado resultante de abandono e o fechamento de vários hotéis, inclusive o Continental em 1976, que permanece fechado desde os anos 70.
As ruínas do Tassi sofreram um incêndio no ano de 1990 que quase destruiu o edifício por completo. Faz muitos anos que tapumes e escoras sustentam as paredes, e é nesta situação que um edifício de importância para a cidade de Curitiba, aguardava ansiosamente pela sua restauração.
Segundo a Coordenadoria do Patrimônio Cultural, apenas em julho de 1985 que o processo de tombamento do antigo Hotel Tassi foi iniciado. Devido ao alto custo de restauro ao edifício, seus proprietários permaneceram relutantes, e alegaram durante muito tempo que o prédio estava em ruínas e com potencial risco de desabamento. Mesmo com a insistente relutância, o edifício finalmente foi tombado.
Após muitos anos de espera, em 2004 se iniciou o processo de restauro do edifício, que se encontrava mais degradado que na situação atual, e em 2006, todas as aberturas do pavimento térreo foram vedadas com concreto para impedir a entrada da população.
O que resta atualmente do hotel, são apenas suas fachadas, com pisos de ladrilho hidráulico no térreo e uma escadaria de mármore parcialmente preservada. As paredes de estuque de madeira que revestiam o interior do hotel, ruíram em sua maioria após o incêndio. Infelizmente, seu restauro foi pausado e assim se encontra até os dias de hoje.
A situação atual do hotel é grave.
O edifício possui uma localização privilegiada, sendo inserido em uma área nobre e histórica no centro da cidade de Curitiba, em um dos principais pontos turísticos referenciais da capital. Seu processo de degradação é avançado, e sem os devidos cuidados e ações, o tempo deve castigar ainda mais as ruínas do antigo Hotel, agravando sua deterioração.
O que antes era um cartão postal, uma referência histórica Curitibana, hoje está totalmente deplorável e a mercê de marginalização, perdendo totalmente o que já tinha sido restaurado e parte da sua essência, tornando-se apenas ruinas escoradas e uma visão sombria no coração de Curitiba.
Fotografias: Washington Takeuchi
1 comment
nos anos 60 era onde me hospedava quando o percurso Rio- São Paulo -Curitiba- Florianópolis era feito rodoviariamente em etapas, Rio- Sao Paulo pela Cometa, SP- Curitiba pela entáo Penha e Curitiba_Floripa pela Catarinense…..bons tempos,,,,
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